Livro de Areia.
J. Norinaldo
Eu sou o absurdo mais perfeito, com direito de ser torto e
ser feliz, com um bola vermelha no
nariz, e sobras do rei em meus alforjes,
como uma aranha tecendo sua teia,
vou lendo o livro de areia, do grande Jorge Luiz Borges. Eu sou o absurdo mais
perfeito, que procura o caminho mais estreito sem sombras no verão ou no outono
que me leva tão longe no deserto, e tão perto do fim de quase tudo, como a
aranha tecendo sua teia, se cai o meu livro de areia, será ainda maior o
absurdo. Borges era cego e não
surdo e talvez insano, imagine como encontrar um livro D’água na imensidão de um
oceano. E o vento que agita as ondas do
oceano, também faz tempestades de areia, vira as dunas como as páginas do
livro, cada duna é uma página em se leia, um poema do mais louco, que Jorge Luiz Borges mais odeia, mas carregava
em seus alforjes, um dos seus livros de
areia.
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