Chuva no Meu Sertão Nordestino.
J. Norinaldo,
Enquanto chovia de noite se fez o
dia, e as vidraças da sala eram os olhos da casa que choravam de alegria. No
campo os pássaros quietos ou a procura de abrigo enquanto o pendão do trigo
para um lado e outro pendia. Como uma onda que se ergue diante da ventania e o
barco do pensamento entre as ondas vadia. Estava faltando chuva para amolecer o
chão, para o milho e o feijão no nordeste aparecer; e ver aquele povo valente
sorrir feliz e contente ouvindo o som do trovão. Enquanto de noite se fez o dia
uma luz se acendia no farol da esperança como um olhar de criança que doce
preferido espreita, lá no sertão a certeza de uma das mais belas belezas que é
uma boa colheita. Chove chuva faz o
riacho correr, deixa o açude encher não pares por um instante, mesmo que o
pássaro não cante não esquece o canto amigo mesmo que não saibamos o que sua letra diz e quando sair do abrigo cantará
muito feliz pelos vales verdejantes, bem de diferente de antes quando o dia era
dia, como meu avô dizia quando eu era criança, quando de noite se faz o dia,
para nós é poesia pois é sinal de esperança. Como é lindo ver a boneca do milho
com seu cabelo ruivo como se fosse um filho grudado ao colo da mãe; um a beleza
de um lobo saldar a lua com o seu uivo.
Enquanto chove o poeta solitário também ver o mundo turvo, não entendemos, mas
o lobo é um poeta que declama sua poesia
predileta a lua através do uivo.
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