Solidão na Madrugada.
J. Norinaldo.
Ah! Como eu gosto da noite, do
silencio da madrugada, quando só se ouve o som das estrelas, e mais nada; às
vezes as batidas do meu coração que teimoso insiste a bater, como se para que eu
lhe abrisse a porta e ele me dizer, as
estrelas são lindas, mas noite é para se sonhar e o dia para se viver. Não abro
a porta por medo de lhe dizer a razão, que o que tinha de viver já vivi, mas o que tenho a sofrer ainda não sofri, por
isto hoje a solidão. Ah! Se o tempo voltasse, mas que tudo fosse diferente, com
certeza quando chegasse onde estou, iria querer começar novamente. Quem já
esteve em alto mar sozinho na proa do navio e viu quão imenso que é tudo, e tudo não passa de belo e
frio; principalmente se a quilha aponta para o desconhecido e proa para o porto
de onde tenhas partido, tudo, tudo é vazio. Somente quem já esteve lá, e ouviu
o som das estrelas no céu e peixes voadores brilhando ao voar; às vezes
confunde os pensamentos. Sem saber se está o céu ou realmente no mar. Quando as
nuvens encortinam o céu e os relâmpagos antecedem os trovões, se retiram as
estrelas tão belas e as procelas se aproximarão e como uma mensagem de fogo, ou
o início de um jogo mandam embora a solidão.
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