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segunda-feira, 27 de abril de 2015




Te Vestindo de Mar.
J. Norinaldo.



O mar não se engana, se a tua nudez é profana ele te veste de ondas, ondas bordadas de prata dos raios da lua que ao ver-te nua começar a bordar. E as ondas te vestem o corpo perfeito enquanto de longe te deito o olhar, na mais bela obra Esculpida por Deus e vestida de mar. Tu és tão bonita que o mar se agita para não te deixar nua, talvez ciumento sem admitir  provoca o vento que agita a onda para vir te cobrir, cúmplice a lua para não te ver nua vem as ondas bordar, e o poeta de longe lhe deita o olhar. O fundo da tela é a maré tão bela brumas a bailar, ao som da voz do vento e o som do pensamento de alguém a poetar. O sonho se desfaz quando o vento cessa e a maré fica calma, a natureza tem alma, mas só o poeta vê; a sensibilidade que lhe sobra a tantos faz falta que por ali passaram nada mais viram que uma onda alta; isto não quer dizer que o poeta é feliz por ter outra visão, sofre bem menos aquela que vê nesta tela uma assombração. O poeta é feliz as vezes por poder almejar, mesmo de longe em algo tão belo deitar o olhar.

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