Te Vestindo de Mar.
J. Norinaldo.
O mar não se engana, se a tua nudez é profana ele te veste
de ondas, ondas bordadas de prata dos raios da lua que ao ver-te nua começar a
bordar. E as ondas te vestem o corpo perfeito enquanto de longe te deito o
olhar, na mais bela obra Esculpida por Deus e vestida de mar. Tu és tão bonita
que o mar se agita para não te deixar nua, talvez ciumento sem admitir provoca o vento que agita a onda para vir te
cobrir, cúmplice a lua para não te ver nua vem as ondas bordar, e o poeta de
longe lhe deita o olhar. O fundo da tela é a maré tão bela brumas a bailar, ao
som da voz do vento e o som do pensamento de alguém a poetar. O sonho se desfaz
quando o vento cessa e a maré fica calma, a natureza tem alma, mas só o poeta
vê; a sensibilidade que lhe sobra a tantos faz falta que por ali passaram nada
mais viram que uma onda alta; isto não quer dizer que o poeta é feliz por ter
outra visão, sofre bem menos aquela que vê nesta tela uma assombração. O poeta
é feliz as vezes por poder almejar, mesmo de longe em algo tão belo deitar o
olhar.
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