Indefinição.
J. Norinaldo
A partir de hoje e
enquanto eu estiver por aqui, vou
procurar meu lugar e se ele não existir eu mesmo vou construir, se sou poeta ou
palhaço isto vai independer são a nobreza está na alma e não naquilo que se vê.
Ninguém mais vai me humilhar sabendo o que está a fazer, ninguém mais vai me
usar como se usa um brinquedo, não chorarei em segredo com medo de me
expressar, de dizer tudo que sinto para ninguém magoar, enquanto meu coração na
Caverna de Platão ver o que me lhe deixam ver. Nem por isto meu poema falará
somente de dor e solidão, de desprezo e compaixão, mas precisará ser realmente
bela, não só de corpo e de rosto, tudo por fora bom gosto, como a pintura de
uma tela, pintada por algum drogado, que nem sequer pensa nela, e sim no que
presenta em quanto sua beleza aumenta a droga que compra com a venda dela. A
partir de hoje, não deixarei de ter musa, como qualquer poeta usa como sua
inspiração; às vezes é uma flor, um sofrimento uma dor, uma história de amor,
ou até mesmo a solidão; porém será bem mais fácil a montanha ficar sabendo que
foi ela e não você a minha inspiração. Se sou poeta ou pateta, palhaço ou
alguém sem definição, continuarei escrevendo enquanto Deus Me der inspiração. A
partir de hoje vou deixar de ser triste, pois se alegria existe não existe para
ela distinção, o poeta ou o palhaço o sem definição, para dizer a verdade a tal
infelicidade não vai rir deste palhaço, nem desdenhar deste sem definição; vou
fazê-la sorrir de alegria, com as minhas palhaçadas, as vezes consideradas
assim como poesia.
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