Translate

terça-feira, 19 de maio de 2015




Mansa onda Mansa Poesia.
J. Norinaldo.



Adoro a onda mansa na areia, o seu som acompanhado pela brisa é com cítaras dedilhadas por arcanjos, A lua bela como um farol a lembrar,  quando  via a onda acima da proa do meu barco, sem tempo para pensar em anjos, a centenas de milhas dessa praia, onde agora, a onde me acaricia os pés, não como antes no convés, com se a fúria de Netuno em seu tridente, fizesse da onda uma montanha  e do meu navio um brinquedo inocente. Às vezes sinto saudades do alto mar, de navegar e ver o azul que só navegador ver, mas lembro de que há tempo de plantar e colher. De esquecer o reduto da serei, e do imenso, e a noite vir a praia e na areia sentir a carícia tão macia do mar como a dizer eu sempre venço. Adoro ver a paria solitária, as estrelas refletidas no mar sereno, sentir a sensação do ser pequeno, que sou diante da imensidão, o barulho lá longe do choque entre a onda e o rochedo, agora já sem sentir medo dessas que parece um véu de noiva bordado por bolhas brancas como  pérolas que deve da noiva Netuno. Lembro-me do fumo da chaminé que deixava na pureza um rastro sujo, muitas vezes uma desculpa para as lágrimas de saudades de casa do marujo; a felicidade do avistar o porto, dos lenços abanando, do movimento de quem ficou no cais, e as ondas bem mansas  agora em paz devolvendo seus filhos ao seu chão, como prometendo nunca mais, assusta o navegador em alto mar, se engana quem queria se enganar, mesmo vendo uma das paisagens mais belas, enfrentar mais de uma vez as procelas é para quem realmente nasceu para navegar. Agora o marulhar tranquilo a maresia, a brisa a imensidão é poesia para quem já atravessou o mar.

Sem comentários: