Mansa onda Mansa Poesia.
J. Norinaldo.
Adoro a onda mansa na areia, o seu som acompanhado pela
brisa é com cítaras dedilhadas por arcanjos, A lua bela como um farol a
lembrar, quando via a onda acima da proa do meu barco, sem
tempo para pensar em anjos, a centenas de milhas dessa praia, onde agora, a
onde me acaricia os pés, não como antes no convés, com se a fúria de Netuno em
seu tridente, fizesse da onda uma montanha
e do meu navio um brinquedo inocente. Às vezes sinto saudades do alto
mar, de navegar e ver o azul que só navegador ver, mas lembro de que há tempo
de plantar e colher. De esquecer o reduto da serei, e do imenso, e a noite vir
a praia e na areia sentir a carícia tão macia do mar como a dizer eu sempre
venço. Adoro ver a paria solitária, as estrelas refletidas no mar sereno,
sentir a sensação do ser pequeno, que sou diante da imensidão, o barulho lá
longe do choque entre a onda e o rochedo, agora já sem sentir medo dessas que
parece um véu de noiva bordado por bolhas brancas como pérolas que deve da noiva Netuno. Lembro-me
do fumo da chaminé que deixava na pureza um rastro sujo, muitas vezes uma
desculpa para as lágrimas de saudades de casa do marujo; a felicidade do
avistar o porto, dos lenços abanando, do movimento de quem ficou no cais, e as
ondas bem mansas agora em paz devolvendo
seus filhos ao seu chão, como prometendo nunca mais, assusta o navegador em
alto mar, se engana quem queria se enganar, mesmo vendo uma das paisagens mais
belas, enfrentar mais de uma vez as procelas é para quem realmente nasceu para
navegar. Agora o marulhar tranquilo a maresia, a brisa a imensidão é poesia
para quem já atravessou o mar.
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