Translate

terça-feira, 19 de maio de 2015




Esse olhar.
J. Nornaldo.


Ah! Se eu fosse um primoroso pintor e pudesse copiar o teu olhar, usando meu talento apenas com normalidade, sem tirar nem por; quem sabe ficasse frente a frente com o verdadeiro amor. Mas nunca tive chance de fixa-lo por mais de um segundo, e daria tudo neste mundo por um momento assim, eu olhando para você e você olhando para mim, sem dizer nada, absolutamente nada, deixar que nossos olhos falassem por nós; os teus eu não sei o que diriam, mas sei de cor e salteado, do discurso preparado durante toda minha vida, para dizer o quanto me és querida, cuja maldita timidez amordaça-me a boca e me entope a garganta, com uma lança atravessada que impede as palavras de fluírem  apagando a minha voz, como passáramos libertos de anos de escravidão, como gaivotas que cortam o espaços no seu voo tão veloz. Ah! Se eu fosse um poeta sentado a beira do mar numa noite estrelada brincando com as ondas a dançar, como um louco varrido, gritar para ser ouvido, que não amo só teu olhar, que te amo por inteira, mas que um dia não haverá mais barreira, nem a mais alta montanha me impedirá eu ainda não sei como, mas vou gritar que te amo, nem que depois de atire de lá.


Sem comentários: