A Rua da amargura.
J. Norinaldo.
A Rua da Amargura é uma rua como
outra qualquer, uma rua é uma rua não é uma mulher, é só tirar os amargos de
lá, colocar flores nos balcões pintar as casas com cores alegres e a alegria
voltará expulsando para sempre a amargura que sempre viveu lá. Assim será com
e para lá levaram amargura, se tratados com amor e ternura por bons corações
serão como as flores dos balcões alegres e coloridas como tantas na vida; a
amargura deixa feridas, profundas sequelas, como marcar de pincéis de saudosos
pintores em velhas aquarelas. Mas não existe um sinete ou uma marca em bronze
para sempre. Para sempre é tempo demais mesmo que a vida não tenha um tamanho
padrão e por mais impossível que pareça com amor e ternura, não existe sequela
em nenhuma aquarela que não desapareça. A Rua da Amargura existe, mas não tem
uma placa que a identifique, porém ela identifica às vezes para sempre quem
nela viveu como uma marca de fogo que jamais sairá da testa de quem a ela pertenceu.
Às vezes o endereço de muitos é a rua da amargura, mesmo pintada de flores
alegres e colorida, casas pintadas e crianças brincando cheias de vidas; porque
simplesmente a maldade humana que muitas vezes implora perdão é incapaz de
estender a mão e a um irmão perdoar.
Muitas mulheres que vivem ou viveram na rua da amargura, sem balcões floridos
ou casas com bonitas cores, vendendo a honra para sobreviver, vendem ou vendiam
a única coisa que ainda tinham para vender.
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