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terça-feira, 13 de julho de 2010


Eu Vi.
J. Norinaldo.

Já ouvi o silencio chorando por não poder falar, escondido sob as sombras do vento tateando na calada da noite em busca de um lenço pra secar seu pranto. Eu vi uma alma sofrida tentando sem êxito animar uma vida; eu vi um resto de gente rastejar na lama num canto qualquer. Eu vi diante do nariz a solidão me fazendo careta e me sorrir, eu vi a dor mais doida, bem diante de mim. Eu vi o desprezo, a inveja, a soberba perversa no mesmo sorriso. Eu vi a maldade a demência e a cobiça, a sujeira a preguiça tudo em um mesmo vidro. Eu vi, desilusão o desgosto revolta e tristeza tudo no mesmo rosto. Eu vi a vida atrás de mim pra ser vivida, mas não vi, a vontade de sair da frente do espelho. Este espelho que me mostra o que eu sou, há tanto tempo que alguém o inventou, quem sabe ainda encantado com a beleza de Narciso, não aprendeu e me mostrar como eu queria ser.

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