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segunda-feira, 26 de julho de 2010


Ser ou Não Ser. Ter ou Não Ter.

Esta semana li com pesar em meu jornal o atropelamento e morte do filho da atriz Cissa Guimarães, já assisti algumas peças com a atriz, e esta nos passa uma lição de raça e de amor a vida. Lamento o desfecho trágico do caso, mas aproveito para aprender um pouco mais sobre o ser humano, quanto ao tratamento com seu semelhante. Dois ou três dias depois, assistindo ao Jornal Nacional, fiquei estupefato ao ver as noticias sobre o caso ali vinculado. O pai do rapaz atropelador, que havia ajeitado com policiais militares para que o carro e o seu filho, juntamente com o carona fossem levados para a Delegacia, procedimento politicamente correto, além de levar o veiculo na madrugada para uma oficina, e exigir rapidez no conserto; saiu de casa com uma certa quantia para pagar aos policiais corruptos, quando isto acontecia, sua esposa liga para o seu celular informando que o rapaz atropelado e morto era filho da conhecida atriz Global. O cidadão, sente-se mal, é socorrido, volta à oficina e suspende o conserto imediato do automóvel envolvido no sinistro. Pára tudo meu amigo, a coisa é bem mais séria que eu imaginava, afinal, não foi Rafael de Souza da Silva quem morreu, foi o filho da Cissa Guimarães, deixe o carro como está, que a polícia, ou parte daquela que não cobrou para liberá-lo, virá buscar o carro para ser periciado.
E ai, entra o ser ou não ser, ter e não ter. Por que teria mudado de opinião o pai do rapaz que antes faria tudo para proteger a cria de ser considerado matador de um sujeito qualquer? Não Filho, a coisa não é tão simples assim, você atropelou uma estrela, mesmo no momento não enxergando seu brilho, vai ter que responder por isto sim. Se teve culpa, pague. Seria isto um preconceito apenas, ou a certeza que se tratando de quem se trata, a polícia faria o impossível para encontrar o culpado, que teve nas mãos, mas como também não teve tempo de verificar o status do morto, negociou por dinheiro sua fuga? Que a mídia não daria trégua até alguém ser enjaulada, mesmo não sendo o culpado.
Quando será que teremos um tratamento igualitário para todo ser humano? Filho da Cissa ou do Ciço, de São Conrado ou Gramacho? Ou será que ser atropelado por uma BMW, dói menos que por uma Brasília amarela?
Quantos homicídios terão acontecido no mesmo dia, e quantos foram esclarecidos tão rápido?
Ser ou Não Ser. Eis a Questão. Ter ou não Ter, Ter e não Ser, a verdade é que no final para ninguém existe exceção, o chão vai ser sempre o mesmo, e os germes sem pedigree. Será?

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