A Depressão é como um Condor sem Asas.
J. Norinaldo.
O que me importa minha história, para que eu
quero glória se não tenho para onde levar, que me adianta amar tanto sabendo
que o amor não é um bem, que quem o tem também nem sempre será amado? Que me
importa tanta dor, tanta beleza das montanhas durante o voo do Condor? O que me
importa a vida, vivida da maneira como está, que me adianta viajar, se na
viagem, a depressão não precisa permissão e nem pagar passagem? De que me serve
a imensidão do mar, se navegar me remete a solidão; para que quero um caminho
tão comprido e duradouro, para segui-lo sozinho e deprimido assim como o boi a
seguir para o matadouro? De que adianta minhas lágrimas esconder, de forte me
fazer enquanto minha alma se desfaz, se muito mais tenho a derramar, até para
superar a imensidão do oceano, onde navego tentando fazer das velas o meu lenço, enquanto penso que a vida é vivida no
continente e nem todo navegante é deprimido, que só o meu mundo é vivido de um
modo diferente. Eu posso ter a visão do belo voo do condor, E com ele ficar
encantado, eu posso ter um turbilhão de amor, sem nenhum valor se também não for
amado. Eu carrego acorrentado ao meu ser, os grilhões da liberdade de poder,
ver a beleza sem senti-la, a certeza de viver por altruísmo, de ver na beleza da montanha só a altura do abismo,
e no voo do condor a falta de amor que o vento leva, a treva da noite já sem
fim. Não sei onde termina este caminho, sigo sozinho e deprimido, por mais que
ele seja comprido e que por mais difícil seja encontrar a tal verdade, um dia quiçá em fim descobrirei, porque nunca tive o direito felicidade.
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