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domingo, 15 de fevereiro de 2015



A Paisagem não faz o Poema.
J. Norinaldo



Eu não busco apenas um lugar calmo numa rua linda de uma tarde chuvosa, eu preciso de mais, eu preciso de paz para escrever minha prosa. A beleza triste de uma rua tão bela, que parece uma tela pintada pelos pingos da chuva a escorrer na janela. Eu preciso não da paz desta rua, nem da beleza da lua e sim do meu interior; eu preciso encontrar as palavras para expressar minha dor. Não uso capa nem luva, não ando fugindo da chuva nem do frio que me congela a alma, eu preciso de paz e de calma, não preciso de casa ou guarida, o que preciso é entender a vida, ou não sei mais do que preciso. Se não consigo entender o mundo, no fundo a vida não terá valor, viver neste mundo sozinho o amor será como a chuva, que cai rega parreira  que dará a uva para fazer o vinho, que entorpece a mente, mas não aquece a alma. Na calma desta rua tão bela, assim como uma linda tela triste, que não mostra a tristeza  de quem nela, vive ou passa sem vê-la, ou sem saber que a beleza existe. Ah! Que nostálgico é ver esta rua, fim de tarde chuvosa sem lua e um olhar perdido na distancia, quem sabe a buscar a existência, além da linha do horizonte, mais perto pela visão turva, quem observa esta tela não vê a sombra da ponte por causa dos pingos da chuva, o pincel que a vidraça pincela.

1 comentário:

Guida Linhares disse...

Realmente a visão desta rua é bastante inspiradora, pois nos remete aos diversos estados de alma, em que às vezes são nebulosos, porém o arco íris depois da tempestade traz todo um colorido especial....é o dualismo existencial.