A Paisagem não faz o Poema.
J. Norinaldo
Eu não busco apenas um lugar
calmo numa rua linda de uma tarde chuvosa, eu preciso de mais, eu preciso de
paz para escrever minha prosa. A beleza triste de uma rua tão bela, que parece
uma tela pintada pelos pingos da chuva a escorrer na janela. Eu preciso não da
paz desta rua, nem da beleza da lua e sim do meu interior; eu preciso encontrar
as palavras para expressar minha dor. Não uso capa nem luva, não ando fugindo
da chuva nem do frio que me congela a alma, eu preciso de paz e de calma, não
preciso de casa ou guarida, o que preciso é entender a vida, ou não sei mais do
que preciso. Se não consigo entender o mundo, no fundo a vida não terá valor,
viver neste mundo sozinho o amor será como a chuva, que cai rega parreira que dará a uva para fazer o vinho, que
entorpece a mente, mas não aquece a alma. Na calma desta rua tão bela, assim
como uma linda tela triste, que não mostra a tristeza de quem nela, vive ou passa sem vê-la, ou sem
saber que a beleza existe. Ah! Que nostálgico é ver esta rua, fim de tarde
chuvosa sem lua e um olhar perdido na distancia, quem sabe a buscar a existência,
além da linha do horizonte, mais perto pela visão turva, quem observa esta tela
não vê a sombra da ponte por causa dos pingos da chuva, o pincel que a vidraça
pincela.
1 comentário:
Realmente a visão desta rua é bastante inspiradora, pois nos remete aos diversos estados de alma, em que às vezes são nebulosos, porém o arco íris depois da tempestade traz todo um colorido especial....é o dualismo existencial.
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