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terça-feira, 26 de janeiro de 2010


Responda-me
J. Norinaldo.

De que valem tantos títulos e brasões?
Se os meus tendões já podem me levar,
Para o passeio pela calçada das ruas,
A ver as ondas a areia docemente vir beijar.
Para os salões onde oscilam semi-nuas...
Lindas donzelas como frutos de um pomar?

De que me valem as lembranças do passado?
Velhos retratos que o tempo amarelou,
De ter certeza que ainda tenho um coração,
Que arquiva mágoas, dores e desilusão,
Amargas noites de insônia e pesadelos,
Mas, ainda guarda marcas profundas de amor?

De que me vale um jardim sempre florido?
Se uma guirlanda, já não tenho a quem mandar?
Que me adianta escrever tantos poemas?
Se as lágrimas teimam em borrar a tinta fresca,
Sem ter alguém para contar os meus dilemas,
Como único ator de uma comédia dantesca.

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