Rema, Rema, Rema a Dor.
J. Norinaldo.
De que adianta querer me mudar?
Eu não sei sorrir eu não sei amar,
Eu não sei querer eu só sei remar,
Neste mar de lágrimas que eu mesmo chorei,
Eu só conheço o caminho para o abismo,
Este abismo louco que eu mesmo cavei.
Eu sou o juiz que me sentencia,
Eu sou a cadeia que me aprisiona,
Eu sou o carrasco e o cadafalso,
O amigo falso que eu mesmo escolhi;
De que me adianta viver a chorar?
Se não sei viver se só sei remar.
Vou seguir remando até naufragar,
Sem pedir ao céu, pois não sei rezar,
Não mereço a vida, pois não sei viver,
Eu só sei dizer que só sei remar
E assim remando vou morrendo...
Sem saber na vida o que é amar.
Não sei se levo a vida ou a vida me leva,
A uma eterna treva que não se dissipou,
Como personagens que Platão criou.
Meu lago é a fogueira da minha caverna,
Vou seguir a sina de seguir remando...
E morro cantando: rema, rema, rema a dor.
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