J. Norinaldo
Corro apavorado pelo labirinto do meu eu, perseguido por vampiros desdentados do meu texto, acorrentados as paredes do meu nada. Ouço uma música orquestrada cuja melodia entrecortada lembra o choro do silencio. Bebo do limo encardido da caverna iluminada pela tocha do pavor, sigo sem lembranças da partida a entrada ou a saída não importa aonde vou. Sou eu, em meu eu interior labirinto sem saída abandonado pela sombra e os fantasmas que me seguem cujos cascos são tambores da orquestra dos horrores da canção entrecortada. A carícia das urtigas e dos espinhos nas esquinas do caminho me mostrando quem eu sou. Paro já cansado, param os vampiros e os fantasmas, brotam das paredes os miasmas que me cobrem os pés adormecidos. Suplico encontrar uma saída, fugir esquecer, acordar, mas não é sonho, passo a gritar, porém a esmo, por mais que grite ou que corra não posso fugir dessa masmorra e deixar de ser eu mesmo.
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