O Poema da Vida.
J. Norinaldo.
No sublime caos da anárquica fúria,
Num mar de luxúria que em vagas flutua,
Nas dobras da seda da alcova cúmplice,
O sinete do embate em suor perfumado,
E o tom de rosado em tua pele nua.
As curvas perfeitas que tanto seduz,
Os montes de jade encimados por setas,
Planícies cobertas por pelos doirados,
Que levam ao talvegue do vale encantado,
Da fonte sagrada que a vida traz luz.
Tão lúcida antes tão louca durante,
Na sala uma dama no quarto, bacante,
Na entrega total que o desejo inflama,
Na inversa visão do inferno de Dante...
O divino poema que a vida declama.
Depois da batalha o soberbo repouso,
No deleite do gozo que a alma sacia,
A calma, a bonança depois da tormenta;
Vencida a procela a madorna o cansaço...
Num terno abraço na alcova macia.
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