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sábado, 17 de julho de 2010


Lágrimas da Chuva.
J. Norinaldo

Em meu sonho tu estavas tão bela,
Tão cheia de vida tão cheia de graça,
Dançavas Ravel só para o meu deleite,
Como a dança do ventre a um príncipe consorte.
Acordei com a chuva a escorrer na vidraça...
Como a chorar a desgraça da tua morte.

Não só tu partistes deixando a saudade,
Se o destino existe é muito cruel.
Juntar duas almas num amor tão grande,
E no auge da vida levar-te para o céu.
Por que não levar-me junto contigo,
Deixar –me sozinho sorvendo este fel.

No meu sonho te vi a correr na campina,
Jogando as roupas ao sabor do vento,
E aquele sorriso que era só teu.
Acordo com a chuva a chorar na vidraça,
A vida nos fez uma grande trapaça...
E hoje a chuva chora o choro que é meu.

Renova-se a vida a cada primavera,
E os pássaros cantam a mesma canção.
Minha vida tapera é inverno constante,
Nunca pedi que a chuva chorasse por mim,
Não esqueço um instante a nossa paixão,
Se já não choro mais é que secou a fonte.



1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Já estou me viciando em visitar o seu blog. É muito bom ler a sua poesia; o poeta simples que se comunica com qualidade. Estou em Natal e fiz ótima viagem. Até breve.