O Salário do Rei.
J. Norinaldo
Sossegar as feras e domar o vento,
Preparar a terra e esperar a chuva,
Enfeitar a fronte de um filho nobre,
E ensinar ao pobre a fermentar a uva;
Recolher os lucros em fino metal...
E pagar ao povo com pedras de sal.
Que os arautos gritem para o povo,
Que Deus é tudo o bem e o mal,
Quem desobedece não terá o pão.
Quem beber do vinho destinado ao rei,
Será perseguido pela mão da lei...
Arderá na fogueira da inquisição.
Se vestirão mestres com mantos sagrados,
Será coroado quem foi escolhido,
E será ouvido: Deus está contigo.
Que terá a esfinge nas pedras de sal,
Dizendo que o céu está em suas mãos,
As mesmas mãos que repartem o trigo.
A árvore que dá o fruto e alimenta a vida,
Que cede a madeira também na partida,
Não escolhe a quem emprestar a sombra,
O vento segue indomável ondeando o trigal,
E o homem da fronte enfeitada a fazer o mal...
Bebendo o doce vinho e repartindo o sal.
1 comentário:
Alto nível essa poesia. É só o que eu posso dizer e ponto. Norinaldo hoje está frio aqui, 11º. Vou carregar o carro. Grande abraço. Na estrada.
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