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sábado, 4 de dezembro de 2010



Marca no Cabo da Adaga.
J. Norinaldo.



Na marca do cabo da adaga,
O olhar do velho inquisidor,
A porta que range com o vento,
A estrela morta não se apagou,
A resina no troco já sem galhos;
Um castelo que fica sem senhor.

O vento que sopra da montanha,
Endurece a resina em sua chaga,
A cruz que é polida por bondade,
A luz da estrela que morreu ainda brilha,
Nem a mão que fez a marca na adaga...
Escreveu o poema da maldade.

Quem serviu como marca na espada,
Só perdeu o duelo para a vida,
Seu castelo já tem novo senhor;
A resina do troco já sem galhos,
Com o vento e o tempo petrificou,
Em fim a estrela morta se apagou.

Quando a chuva molha o tronco já sem vida,
Enquanto as portas do castelo rangem ao vento,
As estrelas brilham lá no firmamento,
E os troncos crescem vivos nos salões,
Ratos brincam e defecam nos brasões...
E a Adaga sobre o mofo dos porões.

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