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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Minha Taça de Cicuta.
J. Norinaldo.

Minha alegria hoje ficou bem menor,
Já era pouca e parte dela se esfacelou,
O que mais dói é saber que não há volta,
E este grito que a garganta não solta,
Por medo de uma lei que alguém criou.

Mas eu grito para dentro de mim mesmo,
Se a esmo eu gritarei mesmo assim,
Alguém há de escutar meu grito louco,
Já me disseram que Deus está dentro de mim,
Porém meu grito esmaece pouco a pouco.

Se gritar ao mundo quiçá seja ouvido,
Talvez punido por violar um tratado,
Que sentencia a morte a quem me escuta,
Que me ofereçam uma taça de cicuta...
E tenha o grito para sempre abafado.

Existem poetas que falam sempre de flores,
Grandes amores, fortes desejos paixões,
Mas é na dor que o poeta encontra a fonte,
Que cruza a ponte sobre as desilusões,
Que queima a alma com a lava dos vulcões.

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