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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010


Um Conto de Natal
j. Norinaldo.

Um casal do interior do Rio Grande do sul, tem um casal de filhos, Jéssica de 10 anos e Thiago de 8, no Natal a família ganhou de um fazendeiro amigo, dois carneirinhos para a ceia, este deixou-os na residência dos amigos dois dias antes da festa. D. Marinalva, mãe das crianças pretendia mandá-las passar o dia na casa de uma tia para que não assistissem o sacrifício dos pequenos animais. No dia 24 bem cedo, chegou acompanhada de um homem a quem contratara para carnear os carneirinhos. Quando avisou que levaria as crianças para a casa da irmã, teve uma surpresa: ambos relutaram dizendo: mãe, sei que não quer que vejamos matar os carneirinhos, vê-los mortos e esquartejados depois doerá da mesma forma; não se preocupe que vamos buscá-los. O dito homem já afiava sua faca, quando tiveram mais uma grande surpresa, aparecia a sua frente, cada uma das crianças puxando um dos carneirinhos, banhados, escovados e cada um com uma toquinha vermelha na cabeça.
Pronto mamãe!, Nós os preparamos para morrer e para que possamos comer a sua carne na ceia de Natal. D. Marinalva quase cai para trás ao ver a doçura e a beleza daquelas pequenas criaturas, que pareciam ter sido criadas pelos seus filhos. Com os olhos marejados, olhou para o homem e disse: tome! Aqui está o que lhe prometi para matá-los, muito obrigado, mas não vai ser preciso. O homem rude, que também tentava esconder uma lágrima teimosa, recusou o dinheiro dizendo: _ Obrigado minha senhora, nunca pensei que ficaria feliz em não realizar algo que faço com freqüência, a partir de agora, tenho certeza que toda vez que pendurar um carneiro para sangrá-lo, me lembrarei deste gesto, e com certeza não vou fazê-lo.
Quando a noitinha o pai das crianças chegou em casa, sua esposa lhe reportou o acontecido, muito feliz pela atitude dos filhos apenas disse: não esqueça de dizer-lhes que serão responsáveis a partir de agora pelo recolhimento dessas esperinhas pretas que já vi lá na sala próximo a lareira.
Criei esta historinha pensando numa senhora que conheço, hoje com mais de 60 anos, que por nada do mundo come carne de ovelha, criou uma ovelhinha guaxa e no Natal seus pais a mataram. Um Feliz Natal a Todos, inclusive o s carneirinhos que escaparem da morte.

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