O Último Gole.
J. Norinaldo.
O último gole no segundo final,
O franzir da testa a mordida no lábio,
O olhar para o céu de estrelas tão baixas,
A leitura nas faixas do ano que vem,
Promessas que não iludem o sábio...
Que vê no alfarrábio a riqueza que tem.
No brilho do branco a paz esperada,
Na ponta da espada a balança da lei,
E a esperança vestida de trapos,
Recolhe cavacos para aquecer a vida;
No branco caminho no vidro da mesa...
A pobreza do sonho que eu mesmo criei.
E a pomba da paz coberta de óleo,
Do negro petróleo que move a ganância,
O mais novo tanque que roda na terra,
Fomentando a guerra esmagando a vida,
E o ouro branco no tampo da mesa...
Um dia foi verde a cor da esperança.
Feliz Ano Novo e um novo horizonte,
Que sob a ponte corra água potável,
Que se cheire somente o perfume das flores,
Que cheirar os caminhos seja um ato execrável;
Que as esquinas não sejam lugar de meninas...
Que o mundo não seja mais tão miserável.
1 comentário:
"No brilho do branco a paz esperada" - fico com o azul(minha cor preferida). "Na ponta da espada a balança da lei," - fico com a palavra. "E a esperança vestida de trapos," - ainda é a esperança(viva). "Recolhe cavacos para aquecer a vida;" - eles iniciam o fogo. "No branco caminho no vidro da mesa..." - é transparente para todos. "A pobreza do sonho que eu mesmo criei". Eu disse: sonhar é fundamental. Grande abraço.
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