
Angústia.
J. Norinaldo.
Minha insônia e a chuva na janela,
E o retrato na parede a me sorrir,
O cansaço do corpo me domina,
O barulho daquela chuva fina...
E o colchão como a cama de um faquir.
E o pavor de sonhar o mesmo sonho,
E o medonho terror ao acordar,
Sabendo que não há ninguém aqui,
Apenas uma lembrança que não morre...
E aquele velho retrato a me sorrir.
Amanhece e a chuva continua,
Como lágrimas a correr pela vidraça,
Nem o sol vem para me acudir,
O cansaço em fim vence e adormeço...
Vendo aquele retrato a me sorrir.
Já pensei em me livrar do retrato,
Ou me mato e o retrato fica ali,
Até hoje nada disso aconteceu,
Sempre falte-me coragem afinal...
Quem está nesse retrato sou eu.
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