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segunda-feira, 3 de outubro de 2011


Meu Outro Eu.

J. Norinaldo.


Quem me segue pela vida desde que aqui cheguei , ouve meus prantos nas masmorras dos meus medos, os meus segredos que tento esconder do mundo. Leva as mãos a cabeça em desespero, abre os braços, mas não sorri quando feliz, não consegue me amparar quando o sol queima, no deserto concorrido da maldade. Mas pode amparar um semelhante, que pode me ceder o seu amparo. Imita-me em tudo o que faço, pode abraçar um inimigo como faço; faz tudo, mas não pensa como eu penso, por isto não me avisa dos tropeços, se distrai como eu em algum passo. Aonde houver luz está comigo, do sol ou de uma simples lamparina, não sei se está no fim do túnel, ou se segue comigo e não a vejo. Beija quem eu beijo, não sei se também ver o que vejo, se almeja o que almejo. Não sei se fica ou vai comigo, na última viagem dessa vida, não sei se existe luz para onde vou, se é que vou a algum lugar depois da última despedida. Sou ingrato e não reparo em minha sombra, e o que mais me assombra... é que nunca reclamou. E você, já reparou na sua sombra?

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