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sexta-feira, 14 de outubro de 2011


As Veredas do Meu Sertão.

J. Norinaldo.


Pelas grandes veredas do sertão,

Perdido numa língua diferente,

Viajei a lonjuras tão distantes,

Com dizeres de tão belo soantes,

Que no sertão assustava muita gente...

Com pouco estudo e também pouco pensantes.


O que aprendi confundiu o que sabia,

Como a água no meio das labaredas,

Não bastando Ulisses e guerra e paz,

Descobri no sertão dessas veredas,

Quão pequeno é o meu conhecimento,

E que preciso aprender cada vez mais.


Da camisa de algodão quadriculada,

Existe tanta diferença para a seda,

E o caminho na caatinga entre espinhos,

Leva a Roma como todos os caminhos,

Só não sabia que se chamava vereda;

E quanta coisa que não se aprende sozinhos.


Pelo sertão das veredas em que nasci,

E percorri cantarolando o cordel,

As palavras que saiam enfileiradas,

E que falavam de cangaço e coronel;

Nem sabia que há sertões diferentes...

Que igual é só o nome num papel.

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