
As Veredas do Meu Sertão.
J. Norinaldo.
Pelas grandes veredas do sertão,
Perdido numa língua diferente,
Viajei a lonjuras tão distantes,
Com dizeres de tão belo soantes,
Que no sertão assustava muita gente...
Com pouco estudo e também pouco pensantes.
O que aprendi confundiu o que sabia,
Como a água no meio das labaredas,
Não bastando Ulisses e guerra e paz,
Descobri no sertão dessas veredas,
Quão pequeno é o meu conhecimento,
E que preciso aprender cada vez mais.
Da camisa de algodão quadriculada,
Existe tanta diferença para a seda,
E o caminho na caatinga entre espinhos,
Leva a Roma como todos os caminhos,
Só não sabia que se chamava vereda;
E quanta coisa que não se aprende sozinhos.
Pelo sertão das veredas em que nasci,
E percorri cantarolando o cordel,
As palavras que saiam enfileiradas,
E que falavam de cangaço e coronel;
Nem sabia que há sertões diferentes...
Que igual é só o nome num papel.
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