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sexta-feira, 17 de outubro de 2014




A Chuva.
J. norinaldo.



Ah! Quantas vezes a chuva embaralhou minhas lágrimas quando parecia ser  feliz, quantas vezes fiz da chuva minha cúmplice ao chorar, deixando lavar a alma e carregar a minha dor, rolando pela sarjeta suja lama sem valor. Ah! Quantas vezes acordei e vi na minha janela, como lágrimas da vida a chuva chorando nela. Ah! Como eu gosto da chuva  da chuva sem exceção, chuva fina, chuva grossa, chuva que possa assustar, eu gostava até da chuva quando estava em alto mar. Já enfrentei a procela longe da terra e de tudo, eu já vi o mar sisudo sabendo a força que tem, e a quilha do meu barco descia e eu pensava, desta vez ela não vem. É lindo no mar azul acordar com chuva mansa, enquanto teu barco dança com Netuno a comandar, o vento canta uma valsa que só quem navega entende, e é no balançar que se aprende mesmo sem querer dançar. Ah! Quantas vezes a chuva me fez chorar de saudade, dos navios da amizade que um dia fiz por lá, lá que não sei aonde meu navio parecia um barquinho de brinquedo, e eu fuzileiro Naval que não podia ter medo, assim como a forte onda que se choca com o rochedo. Hoje amanheceu chovendo, uma chuva primaveril, lembrei-me do alto mar e do seu azul cor de anil, abri a minha janela e a convidei a entrar, para mais uma vez disfarçar a lágrimas que escoria e que ninguém entenderia porque estava a chorar. É mais uma vez chorei, pode ser que ninguém saiba, mas a chuva sabe que eu sei.

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