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quinta-feira, 30 de outubro de 2014



O guarda chuva
J. Norinaldo.



Esqueci meu guarda chuva enquanto a neve caia, pois não sei para que servia, já não me lembrava mais. Mas, lembro que brinquei naquele quando ainda era menino, fiz um boneco de neve que mesmo feio sorria. Hoje meninos não brincam mais, não andam de mãos com os pais como eu sempre fazia; lá está o meu guarda chuva, açoitado pelo vento e eu forço o pensamento para saber pra que servia. Ah! Quanto tempo se passou, de quando eu aqui brincava, fazendo da alegria bonecos que mesmo feio sorria; hoje esqueço o guarda chuva e até pra que servia. Hoje já não tenho mais amigo, ninguém quer brincar comigo e nem boneco sei fazer, e para que se já não á alegria e eu nem sei pra que servia o guarda chuva esquecido; e o banco todo coberto de gelo parece que estou a velo no tempo das brincadeiras, a passos lentos remoendo os pensamentos sigo o sol que me guia, vez por outra me volta o velho desejo, olho e ainda vejo, o meu velho guarda chuva, só não sei pra que servia. Vale a pena chegar tão longe na vida, uma estrada tão comprida e terminar sem se lembrar do que viu; vale a pena ter na vida um guarda chuva sem saber pra que serviu? Afinal o que é valer a pena? A não ser a pena que eu escrevia bilhetes de amor a quem amava, quando ainda me lembrava para que o amor servia.


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