O guarda chuva
J. Norinaldo.
Esqueci meu guarda chuva enquanto
a neve caia, pois não sei para que servia, já não me lembrava mais. Mas, lembro
que brinquei naquele quando ainda era menino, fiz um boneco de neve que mesmo
feio sorria. Hoje meninos não brincam mais, não andam de mãos com os pais como
eu sempre fazia; lá está o meu guarda chuva, açoitado pelo vento e eu forço o
pensamento para saber pra que servia. Ah! Quanto tempo se passou, de quando eu
aqui brincava, fazendo da alegria bonecos que mesmo feio sorria; hoje esqueço o
guarda chuva e até pra que servia. Hoje já não tenho mais amigo, ninguém quer
brincar comigo e nem boneco sei fazer, e para que se já não á alegria e eu nem
sei pra que servia o guarda chuva esquecido; e o banco todo coberto de gelo
parece que estou a velo no tempo das brincadeiras, a passos lentos remoendo os
pensamentos sigo o sol que me guia, vez por outra me volta o velho desejo, olho
e ainda vejo, o meu velho guarda chuva, só não sei pra que servia. Vale a pena
chegar tão longe na vida, uma estrada tão comprida e terminar sem se lembrar do
que viu; vale a pena ter na vida um guarda chuva sem saber pra que serviu? Afinal
o que é valer a pena? A não ser a pena que eu escrevia bilhetes de amor a quem
amava, quando ainda me lembrava para que o amor servia.
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