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terça-feira, 25 de novembro de 2008


Meus Medos
J. Norinaldo

E foram felizes para sempre.
Para sempre é muito tempo é infinito.
Felicidade nunca foi uma constante.
É momento, são migalhas, de um instante.
Tu que começa tem um fim.
A não ser a sentença ilusória da surdez.
Pelo dedo que acusa e que condena.
No incoerente tribunal da insensatez.

Meu juiz é a minha consciência.
O escudo que protege a covardia.
De chorar escondido de mim mesmo.
De não ter discernimento e ousadia.
De enfrentar os meus traumas, os meus medos.
Mas ter coragem de dizer na poesia.

Tenho medo de cavalgar a tua fúria.
Tenho medo de cair, de me ferir.
Tenho medo de olhar pra qualquer lado.
Tenho medo de saber que estou certo.
Tenho medo quando sei que estou errado.
Tenho tanto medo de ter medo.
Tenho medo de saber que sou amado.

Tenho tanto medo de te ter.
Tenho medo de te perder.
Tenho a certeza que não se perde.
Aquilo que não se pode ter.
Tenho tantas ânsias de te amar.
Tenho, porém muito medo de você.

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