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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Um Romance de Amor


O céu estava salpicado de nuvens. Parecia que um anjo se havia divertido a polvilhá-lo com pequeninos flocos de neve.
Eram nuvens rendilhadas, quais rendas de Veneza brilhantes, como fios de prata tecidos pelos raios de lua que espreita no horizonte.
Duas delas destacam-se das outras...
Uma, não muito grande, flutuava como um corcel alado na direcção da outra, mais pequenina, que corria também, fazendo esvoaçar a espuma do seu vestido.
Parecia um vestido de noivado.
Aproximaram-se cada vez mais...pararam um pouco, como que observando-se mutuamente.
Depois fundiram-se num terno abraço que durou breves instantes, pois o seu destino, como todos os destinos, era caprichoso e divertiu-se separando-as para sempre.
E lá foram, correndo...afastando-se mais e mais, mas deixando à sua passagem um rasto de espuma, como se tivessem alma e a estivessem perdendo pelo caminho...
Ou talvez, quem sabe, aquela separação tivesse causado as lágrimas que iam ficando espalhadas no azul-cinza do firmamento.
Deixo de observá-las mas não se pensar nelas...é por isso que ponho a mim própria esta pergunta:
-Terão também as nuvens o seu romance de amor?

Por: S. L. Lima

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