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quarta-feira, 26 de novembro de 2008


SORRIAM
J. Norinaldo

Por trás de uma máscara de felicidade.
Há um rosto mascarado ao natural.
Um rascunho, um projeto mal concebido.
Com rabiscos que o tempo fez por mal.

Existe quem nasce palhaço.
Existe aquele que escolheu.
Dentre os palhaços dessa vida.
Ninguém é mais palhaço do que eu.

Olhe bem esse palhaço e avalie.
Quanto nessa vida já sofri.
Nesse picadeiro desgraçado.
Já chorei tentando fazer você ri

Quantas vezes chorei por ver você sorrir.
Quando deveria ser feliz por vê-la sorrir assim.
Ah! Quanta diferença existe em sorrir para alguém.
E quanta dor me causa vê-la sorrindo de mim.

Me mandem carinhas de palhaços.
Com carinho vou guardando um por um.
Os mais tristes terão minha preferência.
Nessa existência temos muito em comum.

Esse palhaço tão triste ai sou eu.
Fui eu mesmo quem pintou meu rosto.
Com as tintas fabricadas de tristeza.
Com a borra da vala do desgosto.

Palhaços são sinônimos de alegria.
Nem todo palhaço é assim.
Não falo em nome dos palhaços.
Somente do palhaço que há em mim.