Amor nas Ondas.
J. Norinaldo
Teus cabelos encharcados de suor,
Confundem-se com as franjas do dossel,
Quando cavalgo o teu corpo com loucura,
Enquanto a alcova é um barco na procela,
Nossas velas são lençóis amarfanhados...
E o teu rumo é a busca do meu mel,
Os teus olhos de Medusa não assustam,
Os teus gritos soam como uma canção,
Nossos corpos num colóquio violento,
Como a onda que se choca ao rochedo,
Como o vento transformado em furacão...
É o amor sem censura e sem segredo.
Por fim a taça cheia, o doce brinde,
Como a abelha colhe o pólen de uma flor,
Num abraço como dois corpos fundidos,
Entre gritos e palavras sem sentidos,
Misturados aos lençóis e ao suor,
Ainda quente, gotas do néctar do amor.
E o perfume que emana o quarto cúmplice,
Que a brisa leva á fecundar a noite ardente,
Nem o cansaço da tarefa mais sublime,
Que leva o barco à deriva por momentos,
Impede as velas de buscar por novos ventos...
E atirar-se contra as vagas novamente.
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