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terça-feira, 11 de outubro de 2011


A Felicidade dos Olhos.

J. Norinaldo.


O homem adquire o mosaico mais caro,

Sobre ele coloca o tapete mais belo,

Depois compra a gueixa de sorriso mais raro,

Para pisar sobre eles com seu rico chinelo;

Não é para os pés que se enfeita o salão...

E sim para os olhos se faz o castelo.


O pássaro negro de canção tão bela,

Canta na cancela da entrada da quinta,

Outro colorido como uma aquarela,

A beleza que tem não é ele quem pinta;

O pássaro negro não escreve a canção,

Nem o colorida necessita de tinta.


O espelho revela a beleza que almejo,

Vejo e revejo sem nunca me cansar,

Até que um triste sorriso me sirva de mote,

Eu cubra o espelho para não mais olhar,

O mosaico se gaste e o tapete desbote...

E a gueixa mude, o seu jeito de andar.


Talvez muito tarde descubra a verdade,

Que a felicidade não está só na visão,

Que o rico tapete estará, um dia no lixo,

O mosaico pintado com tanto capricho;

Ou o andar lascivo da gueixa que compro...

Não seguem comigo para baixo do chão.

2 comentários:

Glória disse...

Nori.

Gostei muito desse seu poema...de outros tb.
Parabéns pela sua obra.
Grande abraço.

Glória.

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Vamos continuar felizes, ainda que nossos olhos não. Eu sou feliz, mas ainda ao término dessa poesia. Abraço, amigo.