
O Dom da Beleza.
J. Norinaldo.
Dizer que não queria ser como sou,
Pode crer não é soberba ou ingratidão,
E para o Senhor jamais poderei mentir,
Ninguém sofreu assim como eu sofri,
Simplesmente por que não nasci...
Com toda a beleza de um pavão.
Não é justo ser motivo de chacota,
Pagar por um crime que nunca cometi,
Ser o motivo da mais bizarra risada,
Ser sabedor de que também nunca sorri;
Se não cheguei a vida com a cara pintada,
Então Senhor me diga: Para que nasci?
Se somos todos filhos de um mesmo pai,
E nem os dedos das mãos nasceram iguais,
Somente as flores nos jardins são diferentes,
E existem algumas que perfumam muito mais;
E até diferem na maneira que ornamentam,
Umas enfeitam a vida... E outras os funerais.
Criticar com desdém as diferenças,
No projeto do arquiteto mais perfeito,
Epitetando diferenças tão normais;
Tendo como única certeza nesta vida,
Que no exato momento da partida...
Todos seremos, tão exatamente iguais.
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