Caminhada da Vida.
J. Norinaldo.
Mesmo desgastado pelo tempo ido, da árvore dispensei a sombra e aceitei um
cajado, o caminho é longo e o frio doido enquanto me afasto do velho passado,
não contei os passos nem gravei nas pedras, não quero deixar caminho marcado.
Enquanto existir manhãs orvalhadas e os frutos caídos na beira da estrada, e
dois galhos qualquer para armar minha rede, não passarei fome e não sentirei
sede, sigo meu caminho mesmo que sozinho e determinado, suportando o peso da
dor do cansaço sem ouvir gemidos deste meu cajado. Não posso parar a sombra
perfeita, pois na curva espreita a preguiça má, que talvez conheça o fim da
jornada, e queira apenas evitar por ossos do ofício, a decepção no fim da
estrada, depois de tanto sacrifício lá tenha uma placa, com quatro letrinhas
que significam : “Nada”.
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