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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014



Solidão.
J. Norinaldo.


Silenciosa, fria e rastejante, intrigante como o olhar da serpente, indolor, incolor que de repente  ataca sem explicar a razão, conduzindo ao abismo a multidão sem um único gemido de dor. Intrigante por que nunca está sozinha, no deserto não tem sobra a se pisada, rastejante por que quem está com ela está sempre  olhando para o chão, e é  fria como o piso da prisão; o que seria tão vil e tão maldosa, abominável calculista e venenosa? Claro que é a solidão.
Solidão: lugar ermo e despovoado, vai lá e ela estará por perto e bem calada, pois jamais existiria sozinha, a solidão é a tão tua quanto minha, depende por quem for adotada. Fugir da solidão é muito fácil, para aqueles que jamais a conheceram, pensam que é como a uma corrida, da qual participaram e venceram; vencer a solidão é tão difícil, no cemitério estão aqueles que perderam, em cujas criptas às vezes escritas a esmo: ” Em Fim a sós Comigo Mesmo”. Quiçá o epitáfio da razão, escrito em bronze no troféu da Solidão.



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