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quinta-feira, 23 de julho de 2009


Aquela Menina da Janela.
J. Norinaldo.

A noite, a madrugada, o silencio o vazio,
O assovio de uma canção triste ao longe,
Passos cansados, rotos sapatos o vento frio,
Velhas lembranças, dores recentes o passo lento;
O pensamento que vai rolando como um rio,
A rua, o tempo, as velhas pedras o calçamento...

Volta o menino que ali corria de pés descalços,
Vê a menina que da janela lhe acenava rindo,
Escuta os passos, sente o cansaço, mas continua,
Ainda há luz em uma janela lá no fim da rua,
Seriam amantes se entregando ao deus amor,
Alguém que aconchega no peito uma deusa nua.

No final da rua a estrada segue nela segue os passos,
Ficou o menino segue o sobretudo e os sapatos rotos,
O velho chapéu que esconde o céu e apara o sereno,
Passa pelo portão do cemitério e vai seguindo,
Segue aquela sombra que leva consigo o ar de mistério,
Pára diante da menina que lhe acenava sorrindo.

Por que o destino foi cruel comigo pergunta ao silencio,
Por que me deixou viver tanto tempo sem o teu amor?
Por que minha alma não foge pra longe com a solidão?
Pois pra vir aqui tenho que esgueirar-me pela escuridão,
Pra ver teu retrato que a noite me nega por ingratidão...
Sei que á luz do dia, não me deixariam te contar minha dor.





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