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terça-feira, 1 de dezembro de 2009


Liberdade.
J. Norinaldo.

Encontro-me entre o pico e o declínio,
Na masmorra da minha liberdade,
Numa torre que eu mesmo construí,
No terreno do medo e da saudade,
Na vastidão da teia que não urdi,
Que não enxergo as paredes nem a grade.

Todos as pedras que na vida carreguei,
Tanto caminho percorrido tudo em vão,
A vida me concedeu esta liberdade,
De amar, de sofrer e sentir saudade,
Mas com três letras destruiu minha ilusão,
Agora que preciso de um sim, ela diz não.

Sem nenhum tribunal para apelar,
Sem liminar me elimina sem razão,
De que me vale então tanta liberdade?
De olhar pela frente das grades da prisão
Sem sentir os estigmas das correntes...
Mas sentir as dores e o peso do grilhão.

Sei que é noite quando as tochas são acesas,
E pela sombra que me afasta a solidão,
Sempre alerta para saldar um novo dia,
Sem ver as flores que perfumam a primavera,
As noites claras e dias de plena escuridão...
Às vezes me pergunto: o que seria escravidão?





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