Minha Madrugadas.
J.Norinaldo.
Este é mais um texto, o sexto que
escrevo ouvindo dolannes Melody e pensando em que? Às 3 horas da madrugada, a
flauta de Pan só falta você. Logo os pássaros começarão a cantar, na minha
parreira mora um Sabiá, que mesmo sem flauta e sem partitura dá um show de
candura cantando no raiar da manhã. E vem às lembranças, as lágrimas, ainda bem
que sozinho ouvido baixinho o meu próprio pranto a rolar, tão triste e sem
ritmo em nada lembra a melodia ou o Sabiá. São 3 hora e dez minutos da manhã, a
música cessa de repente e o que quebra o silêncio são as batidas do meu
coração, como um sino que clama por alguém que venha me tirar dessa horrível
solidão. Nada! A música retorna e com ela as lembranças, algumas amargas tão
poucas doces que se misturadas se tornariam fel, a flauta começa como se no
alto de uma montanha tentasse acordar o Condor, para no seu primeiro majestoso
voo da manhã, enfeitando o céu ao som da flauta de Pan, tivesse o poder de
trazer ao meu peito alguma alegria, um verso menos triste a minha poesia. Nada!
Não entendo por que continuo a escrever, para que? Se para quem eu dedico não
vê e se ver não sabe o que diz como saber que alguém às 3 horas da manhã, está
aqui, ouvindo a Flauta de Pan, escrevendo um poema para si, tão infeliz? Longe ouço
o canto de um galo, a hora passou nem senti,
escrevi e escrevi, sem saber sequer se nisto há algum sentido, o galo canta
novamente, uma duas três vezes; e agora é hora da flauta me apartar para escutar
meu Sabiá que mora na minha parreira. Sinto algo me escorrer no peito, não tem
jeito, toda madrugada é assim, algo escorrendo ainda quente e depois um frio
mortal, minhas lágrimas que em fim escancaram a represa da alma e vertem como uma cascata. Ah! Essa saudade
furiosa com a força de um potro ainda me mata, enquanto você dorme docemente,
quiçá sabe sonhado com outro. Não! Esta dor não vai me vencer, mesmo que jamais
diga para quem escrevo, porque simplesmente não me atrevo, meu coração saberá sempre que será para você. É você! Por que
ficou tão espantada? Então não valeu
tanto pranto, tanta madrugada, para nada? Para nada...Abro a janela e olho a rua e me sinto como um velho lobo, tão velho que uiva para o belo sol que nasce, pensando ser o nascer da lua.
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