Porteira Velha, O amor não tem
Idade.
J. Norinaldo.
Vinha caminhando por uma estrada
tristemente, de repete de deparo com uma velha porteira, muito vela, tendo seus
gonzos pela ferrugem destruídos, a madeira carcomida, como se a própria vida
escolhesse outro caminho. Estava aberta, já coberta pelo mato se o próprio mau
trato ali fizesse morada. Parei, pensei e não interrompi uma lágrima atrevida,
Talvez a porteira aberta estivesse a
espera de alguém como eu desesperado que no buscasse no esquecido, o que não
havia subseguido na nova estrada da
vida. O sofrimento é como uma porteira velha, cujo caminho o mato já tomou
conta, o que não conta é o seu passado hoje presente, como alguém que pressente
seu mundo desmoronado. Tomei uma louca
decisão, segui aquilo que um dia foi um caminho, sem saber se fazia a coisa
certa, passei pela velha porteira aberta e segui sem olhar pra trás; quando
ouvi o cantar de um passarinho; triste e sozinho parecendo chamar alguém, não
pensei, como um louco comecei cantar também; de repente uma estranha
felicidade, pareceu invadir todo meu ser, corri cantando até um bosque
distante, lá encontrei uma fonte de uma água fresca e cristalina, e junto dela um
pequeno lago aonde então pude ver toda a verdade, e como uma chuva minhas lágrimas
caiam de tanto desgosto, por nunca ter visto em meu rosto tamanha felicidade.
Procurei tanto por estradas coloridas,
em primaveras floridas perfumadas e nunca achei; nunca imaginei que naquela
simplicidade, numa porteira velha esquecida, no cantar de um passarinho, numa
fonte e num lago, tendo a brisa como afago estava a felicidade. Voltei só
pensando no amor e vi quanto valor, tinha aquela pessoa, que pelas marcas do tempo,
eu havia abandonado. Quando cheguei ela estava triste na janela, eu nunca a vira
tão bela corria e abracei, parecendo um jovem puro desejo, lhe dei o mais longo
beijo, com se fosse uma prova, de que jamais, a abandonaria novamente e todo
meu passado ora presente era uma porteira nova.
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