Nostalgia do Forte.
J. Norinaldo.
Quando a nostalgia me embaçar os
dias e as minhas poesias já não possa ver, que tenha por perto alguém que me
ame e que para mim declame minha razão de ser. Jamais farei parte de um
esquadrão de zumbis, trêmulos encurvados segurando cajados pensando em fuzis, apenas rascunhos
de antigamente, dos brados raivosos de barriga pra dentro e peito pra frente.
Enquanto a pena parar entre os dedos, espanto os meus medos sem gritos de
guerra como antes fazia, e em vez de gatilho, minas e rastilho, usarei a mão a
escrever poesia. Não esqueço os hinos ou ensinamentos, com a visão embaçada que
escureça o dia, de ódio e de medo tenho a alma vazia, no peito encurvado um
tinteiro cheio, de tinta vermelha para escrever poesia. Enquanto o silencio for
meu conselheiro e não um canto triste que me fará dormir; sonharei com um mundo
florido de paz, sendo bem servido em vez de servir, esquecendo os brados que
tive que ouvir. Meu poema é manso, mas não fala só de amor, de rosas e cravos e
de beija flor, onde há poesia sempre haverá dor numa doce mistura de fantasia
ardor e candura. Quando a nostalgia me marejar os olhos, lembrarei do mar com muita ternura, como a lembrança de
uma lida tela, saudades até do medo no meio
na procela, quando meu navio na imensidão parecia nada, Meu maior desejo
é atirar-te beijos e buquês de rosas ao invés de granadas. Penso em doces
flautas em vez de fuzis; jamais serei parte de um esquadrão de Zumbis.Nostalgia do Forte.
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