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quinta-feira, 19 de março de 2015






Nostalgia do Forte.
J. Norinaldo.


Quando a nostalgia me embaçar os dias e as minhas poesias já não possa ver, que tenha por perto alguém que me ame e que para mim declame minha razão de ser. Jamais farei parte de um esquadrão de zumbis, trêmulos encurvados segurando  cajados pensando em fuzis, apenas rascunhos de antigamente, dos brados raivosos de barriga pra dentro e peito pra frente. Enquanto a pena parar entre os dedos, espanto os meus medos sem gritos de guerra como antes fazia, e em vez de gatilho, minas e rastilho, usarei a mão a escrever poesia. Não esqueço os hinos ou ensinamentos, com a visão embaçada que escureça o dia, de ódio e de medo tenho a alma vazia, no peito encurvado um tinteiro cheio, de tinta vermelha para escrever poesia. Enquanto o silencio for meu conselheiro e não um canto triste que me fará dormir; sonharei com um mundo florido de paz, sendo bem servido em vez de servir, esquecendo os brados que tive que ouvir. Meu poema é manso, mas não fala só de amor, de rosas e cravos e de beija flor, onde há poesia sempre haverá dor numa doce mistura de fantasia ardor e candura. Quando a nostalgia me marejar os olhos, lembrarei  do mar com muita ternura, como a lembrança de uma lida tela, saudades até do medo no meio  na procela, quando meu navio na imensidão parecia nada, Meu maior desejo é atirar-te beijos e buquês de rosas ao invés de granadas. Penso em doces flautas em vez de fuzis; jamais serei parte de um esquadrão de Zumbis.Nostalgia do Forte.

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