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sábado, 7 de março de 2015



Quando é mesmo a Primavera?
J. Norinaldo.



Tinha algo a te dizer, mas agora não me lembro, sei que era sobre setembro, Quando é mesmo a primavera? Não! Nada a ver com o que queria, de que falávamos outro dia minha memória já era. Que triste às vezes assim de repente me volta todo passado, e me vejo atordoado com tanta recordação, meu coração parece um jovem  ginete num pura sangue garboso, me sinto tão orgulhoso ao velo pular  contente, e a seguir tudo some novamente. Parece um velho filme que nós guardamos na mente, e que num piscar de olhos está de novo a nossa frente na tela branca da vida; vejo-me sujo de lama a correr por uma estrada bela comprida,  em uma tarde de chuva com meus amigos de infância que há tanto tempo não vejo; não sei nenhuma notícia para aplacar meu desejo, minimizar minha ânsia.AH! Já me lembrei do que era, quando é mesmo a primavera? Como é que não me lembro, claro é no mês de setembro, mas onde é que está você? Meu deus! Será que estou louco se estava agora a pouco conversando com um amigo que me contava as lembranças, lá dos tempos de crianças correndo sujos de lama por um antigo caminho;  será que estou falando sozinho? Não isto não pode ser, para de te esconder que brincadeira sem graça. É assim que o tempo passa tão depressa e não se vê. Quanta gente tem parte da vida passada em branco, hoje velho, e o seu coração é como um cavalo manco que não suporta um ginete;  já nem bate mais direito, tudo que tem na memória caberia na cabeça de um alfinete. Ah! Agora me lembro eu não falava a esmo, falava comigo mesmo, mas a lembrança existiu, a chuva a Lama o caminho, e eu corria contente, já falei para tanta gente... e hoje  falo sozinho.

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