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quinta-feira, 2 de abril de 2009
Amor e Liberdade.
J. Norinaldo.
Amar com liberdade é tão fácil de dizer, de escrever, de ensinar. É tão fácil imaginar uma praia só nós dois, um luar que seja somente meu e teu, caminhar de mãos dadas, vez por outra uma parada para um longo e apaixonado beijo. Um pedido instantâneo ao olhar a estrela cadente, é tão lindo sonhar em ver a lua cheia nas meninas dos teus olhos. É tão romântico ouvir a canção que canta a brisa nos mínimos acordes, como orquestra o marulhar das calmas ondas. É tão fácil de sonhar, sim, muito fácil, tanto que tudo isto para mim é rotineiro, caminhar à noite a beira mar, de mãos dadas com a solidão, ouvindo da brisa a canção, sem parada e sem beijo apaixonado. Nunca sozinho, pois tenho o mar, à noite, a úmida areia, a lua e em algum lugar uma sereia, que canta com a brisa esta canção, Ah! Ia esquecendo, e a solidão que talvez por mim esteja apaixonada. E este velho banco que deve ter sido testemunha de tantos lamentos e prantos solitários, assim como susurros apaixonados. Não meus.
Ah! Quer saber? Sou feliz. Uma vez vi um filme onde duas irmãs xifópagas eram unidas pela cabeça, e se diziam felizes assim, pois era só o que conheciam. Foram cirurgicamente separadas, uma não resistiu e morreu, a outra pediu para que lhe desligassem os aparelhos e seguiu o caminho da amiga.
Assim me acostumei a solidão, já não sofro tanto por ela, e quem sabe se um dia for embora, eu venha a sentir a sua falta.
Isto sim: sei, não é fácil dizer, de escrever ou ensinar. Aliás, não é um ensinamento, apenas um depoimento de um coração empedrouçado, que a vida trancou a cadeado e depois jogou a chave no mar.Ah! O mar...
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