Infelicidade
J. Norinaldo.
As vezes me sinto como um quarto
Que não tem porta e nem janela,
Que flutua suspenso no nada,
Lá dentro a sensação do vazio,
Lá fora apenas solidão e o frio,
Um covil, um abrigo de fantasmas.
Como preso a uma teia de aranha,
A espera de um fim que se aproxima,
Conformado e sem forças pra fugir,
Sem nenhuma estrada pra seguir,
Como um poema sem nexo e sem rima,
Como a correr sem saber aonde ir.
A tristeza, a solidão o desespero,
Companheiros nessa estranha guarida,
Rendem culto ao silencio do abismo,
O pedestal de quem não tem mais altruísmo,
Sem esperanças e por falta de auspício...
No precipício busca razão no pessimismo.
O tempo que envelhece a minha alma,
Que também chora impotente ante tudo,
Sem carinho, sem amor sem amizade,.
Se contentando com as migalhas da vida,
Formando um pântano de lágrimas de dor...
Onde navega o barco da infelicidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário