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sexta-feira, 10 de abril de 2009
A Mão.
J. Norinaldo.
Olhe para esta mão com atenção e veja,
Esta mão é capaz de um gesto solidário,
Esta mão lhe aponta o caminho da Igreja,
Esta mão também protesta e apedreja
Apesar de já ter cometido pecado,
A transgressão do amor pelo prazer solitário.
Esta mesma mão pode escrever um poema,
Esta mão pode ofertar ao faminto um pão,
Pode empunhar uma espada para matar um irmão,
Pode assinar a sentença pode apertar o gatilho;
Pode acender o rastilho pode deflagrar a guerra.
Também pode ser amizade ao apertar outra mão.
Certa vez uma bela cigana pediu pra lê minha mão,
Enquanto tagarelava aproveitei pra ver a sua,
Enquanto ela dizia que eu seria muito feliz,
Na sua estava escrito não acredite no que diz,
Não encontrarás a felicidade escrita na tua mão...
Quem sabe ela não está nesta que segura a tua.
A mão que fala aos mudos a mão que guia o cego.
A mão que mexe a panela, mão que separa o joio.
A mão que aponta a lança, as mãos que tanto usamos...
A mão que com uma alavanca e algum ponto de apoio,
É capaz de mover a terra foi isto que estudamos,
As mãos que Deus nos deu, para fingir que rezamos.
A mão que acena um adeus a mão que aperta o botão.
A mão que escreve alfarrábios, a que batiza o pagão.
A mão que rouba no jogo a outra que faz milagre,
A mão que faz maravilhas com um martelo e o cinzel,
A mão que imita Deus tira do barro a sua inspiração...
Quando Jesus sentiu sede, uma mão lhe deu vinagre.
A mão que tange o cordeiro a mão que tranca a cancela.
A mão que faz o tijolo, a mão que afaga a donzela..
A mão que colhe uma rosa, a mão que aponta o jardim,
Quantas vezes apontei e quantas vezes esqueci,
Que quando aponto um dedo ao meu irmão...
Três dedos da mesma mão, ficam apontando pra mim.
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