Translate

segunda-feira, 13 de junho de 2011


Chegou a Hora.

J. Norinaldo.

Chegou a hora de quebrar o meu arco e fazer uma cruz, e da flecha uma pena e escrever um poema, de pegar meu alforje e alcançar quem partiu, acender meu archote e explorar o túnel, encher meu cantil com a água escolhida, que foi escondida e o homem não poluiu. A terra vomita fogo das entranhas, formando montanhas onde nada havia, são os restos que o homem vai enterrando, e a terra engolindo lhe causando azia. E a nuvem de cinza de fogo de pedra da terra que morre por asfixia.

Chegou a hora de encher a tigela do monge, que veio de longe para nos alertar, que está acabando o tempo do jogo, que o gelo do fogo também pode queimar, chegou a hora de dar bons exemplos, abrir as portas dos templos e permitir a qualquer um entrar. Chegou a hora do frio e do medo, onde nenhum segredo terá mais valor.

Chegou a hora de lembrar-se de Deus e do Seu filho amado, esquecer quem não leu seu sermão tão falado, que sequer conheceu o seu tema, para agora ficar lendo o poema desesperado, que escrevi com a flecha do meu arco quebrado.

Sem comentários: