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segunda-feira, 6 de junho de 2011


O Lago e o Gelo.

J. Norinaldo.

O lago reflete o gelo do monte, a água não molha a sombra da ponte, e as flores da tela não murcham com o tempo. O gelo derrete e se junta ao lago, à sombra da ponte com o escuro se vai, na tela as flores continuam belas, porém não dão frutos que pelo chão cai. O lago é o espelho da natureza, enquanto o espelho do homem que mede a beleza, a ponte que sua sombra é inútil, os jardins das telas não morrem e não crescem.

O cisne no lago nada junto ao ganso, a água da ponte se junta ao riacho, as flores das telas tem cheiro de tinta, que o homem pinta geralmente as mais belas. O corvo não honra a carniça do rei, a beleza que reflete o espelho do lago é bem diferente que aquela que é vista no espelho do homem.

O sol não distingue o lago ou o homem, até a sombra inútil da ponte dele depende, divide o calor com as flores que murcham, com ganso ou cisne e o homem não aprende, que o gelo e o lago não foi ele que fez, fez a ponte, mas não fez sua sombra, inútil é aquele que a nada se prende.

Falar de amor planejando uma guerra, dividir a terra em poções desiguais, quanto mais espelhos o homem emoldura, o lago e o gelo vão ficando para trás.

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