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domingo, 19 de junho de 2011


Esquinas e escombros.

J. Norinaldo.


Dos eternos escombros do nada,

Catei restos e construí meus sonhos,

Que embalei nos braços da vida,

Com canções de ninar sem sentido;

Como uma criança iludida,

Como o eco de um grito perdido.


Em cada esquina um olhar prolongado,

Em busca de um aceno, um sorriso um abraço,

Só o eco dos passos neste meu caminhar,

E o resfolegar do meu grande cansaço;

Outra esquina outro olhar, o caminho prossegue,

Sem saber o que busco nem por que o faço.


Sei que não estou só, nesta caminhada,

Dos escombros do nada pouca coisa restou,

É tão triste saber que no fim desta estrada,

Com certeza me junte aos escombros do nada;

E o meu sonho termine como começou,

Um sonho tão triste que ninguém sonhou.


Numa esquina encontrei um sorridente velhinho,

Que ensinou-me aquilo que eu sempre quis,

Descobrir o prazer de um faquir numa cama de prego,

Saber quais as cores nos sonhos de um cego,

Parei numa esquina e foi isto que fiz;

Em fim descobri que sou muito feliz.

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