Esquinas e escombros.
J. Norinaldo.
Dos eternos escombros do nada,
Catei restos e construí meus sonhos,
Que embalei nos braços da vida,
Com canções de ninar sem sentido;
Como uma criança iludida,
Como o eco de um grito perdido.
Em cada esquina um olhar prolongado,
Em busca de um aceno, um sorriso um abraço,
Só o eco dos passos neste meu caminhar,
E o resfolegar do meu grande cansaço;
Outra esquina outro olhar, o caminho prossegue,
Sem saber o que busco nem por que o faço.
Sei que não estou só, nesta caminhada,
Dos escombros do nada pouca coisa restou,
É tão triste saber que no fim desta estrada,
Com certeza me junte aos escombros do nada;
E o meu sonho termine como começou,
Um sonho tão triste que ninguém sonhou.
Numa esquina encontrei um sorridente velhinho,
Que ensinou-me aquilo que eu sempre quis,
Descobrir o prazer de um faquir numa cama de prego,
Saber quais as cores nos sonhos de um cego,
Parei numa esquina e foi isto que fiz;
Em fim descobri que sou muito feliz.
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