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terça-feira, 15 de dezembro de 2015




A Primeira Vez.
J. Norinaldo



AH! A primeira vez que a vi do outro lado de um balcão, medindo uma peça de tecido, de um belo colorido que lembrava um oásis  e um por do sol. Desde então jamais deixei de vê-la nunca saiu do meu pensamento, um Odalisca de sonhos que desmanchava com o vento, uma miragem tão bela que não cabe no esquecimento. A primeira vez que ouvi sua voz, foi tamanha emoção, que me lembro daquele momento, como se a orquestra do vento tocasse a mais linda canção. A primeira vez que a beijei, impossível descrever meu desejo; mas só consegui a metade  do beijo, porque antes acordei. A última vez que a vi, coberta de pétalas de flores, pálida, mesmo assim bela, como se fosse uma tela em uma estreita moldura outra que jamais esqueci, parecia que a mão de um pintor aturdido, tentava retratar o tecido que media quando a Primeira vez a vi. Uma noite sonhei que a esquecera, não lembrava mais suas feições, acordei confuso e perdido com a maior das desilusões, fechei os olhos e voltei a dormir, e voltou-me a lembrança feliz, porém um desgosto profundo,  ao lembrar que neste mundo, vê-la foi só o que fiz. Uma lembrança uma imagem, como num deserto perdido, uma existência como uma miragem, ou a estampa de um tecido. Pela primeira vez me dou conta, que me esqueci de viver, não amei nem fui amado, nunca tive ninguém ao meu lado e agora é tarde demais, vivendo sem esperança e coragem,  de perder esta lembrança, de quem foi na vida para mim, apenas uma miragem.

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