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sábado, 5 de dezembro de 2015




Eu Sou Louco.
J. Norinaldo.



Aos poucos os loucos vão se agrupando, sem líderes e sem comando e sem torre a construir; no ir e vir da loucura, na busca por uma cura para curar a loucura do outro, que não vê loucura em si. Porque me taxar de louco, me conhecendo tão pouco, quiçá por ser diferente, por não vê numa corrente um instrumento de tortura; ah! Depende da grossura, da textura e do metal e do fecho que a prende. Aos poucos os loucos vão se entendendo e eles mesmos se prendendo as correntes que escolhem; enquanto os poucos que não são loucos, perante a loucura tremem, suam frio e se encolhem. Eu sou louco e sei que sou, se alguém lhe perguntar pode dizer quem falou, e se quem lhe perguntou acaso não acredite, ateste minha loucura com a sua sanidade, diga que o louco acredita que é na sua loucura que exista a liberdade. Cuidado, não fale pouco e nem defenda a loucura, ou o taxarão de louco e o condenem para sempre a masmorra da tortura. Aos poucos os loucos vão me entendendo, e vamos sendo catalogados e marcados, mesmo não acorrentados seremos discriminados, separados, porém juntos ao mesmo tempo em um cercado imperfeito, de arame farpado e tocos com o qual a loucura não atina chamado de serpentina e nós e que somos loucos. Aos poucos os donos da sanidade, e da loucura tementes buscarão a liberdade, junto cercado dos loucos numa luta por correntes.

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